Na sua coluna semanal “Conversa com a Presidenta”, publicada no dia 05 de abril, Dilma Rousseff tratou, dentre outros temas, da conclusão das obras da ferrovia Transnordestina. Dilma disse que “finalmente estamos vendo a realização de um sonho, que aliás é muito antigo – data do tempo do Império.
Por Inácio Arruda*
De lá para cá, pelo menos três governos retomaram a ideia da Transnordestina, produziram novos estudos sobre o assunto, refizeram o traçado, mas de concreto nada foi feito. Somente no governo passado o empreendimento começou a tomar forma. Nós pretendemos que os trabalhos estejam concluídos até 2013. A Transnordestina terá 1.728 km de extensão e vai ligar a cidade de Eliseu Martins (PI) aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE), capazes de operar navios de grande porte.”
A ferrovia Transnordestina vem sendo erguida nesta etapa entre os municípios de Salgueiro (PE) e Missão Velha (CE). Trata-se de uma obra estratégica para Pernambuco, Ceará e Piauí. Em novembro do ano passado, acompanhei a caravana liderada pelo então presidente Lula, quando este visitou as obras no Ceará e assinou a contratação dos lotes 2 a 11 do trecho Missão Velha-Pecém. Em dezembro, Lula vistoriou o andamento dos trabalhos em Mauriti e Penaforte. As obras estão avançadas em mais de 50% do trecho e empregam diretamente 11 mil trabalhadores, divididos em 25 frentes.
Este é um empreendimento particularmente feliz das administrações Lula-Dilma. Para além de valorizar o transporte ferroviário, muito mais econômico e preservador do meio ambiente, nosso país perdia em competitividade por não ter uma visão de conjunto que integrasse seus portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, aerovias e hidrovias. E os casos dos portos cearenses do Mucuripe e do Pecém são emblemáticos. A capacidade de movimentação deles será aumentada em até 30%, com as obras de dragagem e de ampliação dos terminais. No caso do ramal ferroviário Acarape-Mucuripe, está sendo realizada a ampliação da bitola, o que é essencial para integrar o porto de Fortaleza à Transnordestina, que está sendo executada em bitola larga, permitindo a circulação de vagões maiores. Ao mesmo tempo, em Pecém, está sendo construído um terminal multiuso, justamente para integrar à nova ferrovia.
Segundo o Banco do Nordeste, quando a Transnordestina estiver operando, ela vai gerar cerca de 500 mil novos empregos para os nordestinos, em diversos segmentos. A expectativa é que a ferrovia transporte cerca de 30 milhões de toneladas de carga por ano, principalmente minérios e grãos. Além disso, a produção agrícola também será ampliada e beneficiada. Afinal, as regiões produtoras se tornarão mais competitivas com a presença dos trilhos.
No Congresso, tenho me empenhado para garantir recursos para obras estruturantes no Ceará, pois vejo nelas o caminho para, no presente, garantirmos o futuro do nosso estado. É também o caminho para a geração de empregos e inclusão social – no que obras como a Transnordestina são um exemplo concreto do futuro sendo construído hoje.
* Inácio Arruda é senador (PCdoB-CE)
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